Tal como cuidas da tua pele do rosto ou corpo, também a tua zona íntima merece atenção e cuidados específicos. Aqui vais encontrar informação prática e dicas simples para conheceres melhor o teu corpo, prevenires desconfortos e sentires-te bem todos os dias.

Falar de Bem-Estar Íntimo não fica bem
Os conteúdos desta página foram revistos cientificamente pela médica Dra. Ana Torre.
Esta página usa os termos "mulher/mulheres" em referência ao sexo atribuído à nascença. Reconhecemos que pessoas trans e não binárias também vivem estas experiências e merecem o mesmo cuidado e apoio. A linguagem usada não pretende excluir ninguém. Pedimos que se assuma sempre a nossa intenção positiva e inclusiva.
Cuidados essenciais da Higiene Íntima feminina
Uma boa rotina de higiene íntima começa com escolhas simples, mas essenciais, tendo por base produtos que respeitem o equilíbrio natrual do corpo, com fórmulas suaves e pH adequado. Descobre as opções disponíveis para o cuidares do teu bem-estar íntimo.
O pH da vulva e da vagina tem um papel essencial na tua saúde íntima. Quando está equilibrado, normalmente entre 3,8 e 4,5, cria uma barreira natural que protege contra microrganismos indesejados e ajuda a manter o bem-estar diário. No entanto, este equilíbrio é sensível e pode ser afetado por várias alterações no corpo e nos teus hábitos diários.
O que pode influenciar o pH íntimo?
- Alterações hormonais: Mudanças hormonais durante o ciclo menstrual, gravidez, amamentação e menopausa podem influenciar o pH.
- Menstruação: o sangue é menos ácido e pode alterar temporariamente o pH.
- Relações sexuais: o sémen tem pH mais alcalino e pode modificar o equilíbrio natural da flora vaginal.
- Medicamentos: Alguns medicamentos, por exemplo, certos antibióticos, podem afetar a flora vaginal.
- Utilização de produtos de higiene inadequados: sabonetes com pH inadequado, duches vaginais ou produtos perfumados podem contribuir para este desiquilibrio.
- Estilo de vida: stress, alimentação desequilibrada ou roupas demasiado apertadas também podem ter impacto.
Sinais de alerta de um pH desequilibrado:
- Corrimento com odor ou aspeto diferente do habitual.
- Ardor, comichão ou secura vaginal.
- Maior tendência para infeções como candidíase vaginal ou vaginose bacteriana.
Como manter o equilíbrio do pH íntimo?
- Usa produtos de higiene específicos para a zona íntima, suaves e com pH adequado.
- Evita duches vaginais e produtos perfumados.
- Prefere roupa interior de algodão e roupas que permitam a pele respirar.
- Mantém uma alimentação equilibrada, rica em fibras e probióticos.
Fala com o teu médico sempre que sintas sintomas persistentes ou desconforto.
Ao longo da vida, o corpo da mulher passa por diferentes transformações hormonais, da puberdade à menopausa, que influenciam o equilíbrio da flora vaginal e as necessidades de cuidado. Conhecer estas mudanças é o primeiro passo para adotar rotinas adequadas e prevenir desconfortos ou infeções.
1. Puberdade: o início do ciclo reprodutivo
Com o ínicio do ciclo reprodutivo a higiene íntima torna-se ainda mais importante.
Cuidados essenciais:
- Optar por produtos de higiene íntima suaves, com pH adaptado à zona vaginal.
- Evitar duches vaginais ou produtos perfumados, que podem alterar o pH natural e fragilizar a flora.
- Privilegiar roupa interior de algodão, que favorece a respiração da pele e ajuda a reduzir a humidade.
2. Idade fértil: equilíbrio e prevenção
Cuidados essenciais:
- Manter uma higiene suave e diária, sem excessos, para não fragilizar a flora vaginal.
- Estar atenta a sinais de desequilíbrio, como corrimento alterado, prurido ou dor, que podem indicar candidíase, vaginose ou infeções urinárias.
- Usar preservativo para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
- Realizar consultas ginecológicas de forma preventiva, incluindo exames de rastreio.
3. Gravidez e pós-parto: adaptações necessárias
Durante a gravidez e no período pós-parto, as alterações hormonais são intensas. O aumento do corrimento vaginal e a maior predisposição a desequilíbrios exigem cuidados acrescidos.
Cuidados essenciais:
- Reforçar a vigilância médica e não recorrer à automedicação em caso de sintomas.
- Usar roupa interior e vestuário confortáveis, respiráveis e adaptados às mudanças do corpo.
- Após o parto, cuidar do períneo e estar atenta a sinais de infeção, dor persistente ou secura vaginal.
- Considerar o uso de hidratantes ou lubrificantes íntimos adequados, em caso de necessidade.
4. Menopausa: novas necessidades
Com a redução dos níveis de estrogénio, podem surgir secura, atrofia vaginal e maior risco de infeções urinárias. Estas alterações podem impactar o conforto e a vida sexual.
Cuidados essenciais:
- Usar hidratantes ou lubrificantes íntimos adequados para aliviar a secura.
- Considerar a toma de suplementos alimentares ou probióticos vaginais/orais que ajudem a reforçar a flora e o bem-estar.
- Manter acompanhamento regular com o ginecologista, avaliando opções terapêuticas personalizadas, como terapias hormonais ou não-hormonais.
Os cuidados íntimos da mulher não são iguais em todas as fases da vida: à medida que o corpo muda, as necessidades também. Reconhecer essas transformações e adotar hábitos adequados é fundamental para proteger a saúde íntima, prevenir desequilíbrios e viver cada etapa com confiança e bem-estar.
Sabe mais sobre bem-estar íntimo com os nossos especialistas
Do's e Dont's da Higiene Íntima
Cuidar da zona íntima é essencial para te sentires bem no dia a dia. Descobre o que deves (e não deves) fazer.
Quando é que o cheiro da vulva é um sinal de alerta?
A vulva tem um cheiro próprio, que é normal, e não significa que exista algum problema. No entanto, certos odores podem ser sinais de alerta.
Recomendado para ti


Desconto Direto
O que é o Períneo e porque devo cuidar dele?
O períneo é a área de tecido muscular localizada entre a vagina e o ânus, e faz parte da base dos músculos do pavimento pélvico - conjunto de músculos situados na base da pélvis, que têm como função sustentar órgãos como a bexiga, a uretra, o útero, a vagina, o reto, o intestino e o ânus. Este tecido é, por isso, determinante para a continência urinária e fecal, bem como para a função sexual e reprodutiva.
Quando os músculos do períneo estão demasiado contraídos, podem surgir sintomas como dificuldade em urinar, obstipação, dor pélvica ou dor durante as relações sexuais. Por outro lado, quando existe fraqueza muscular, podem manifestar-se perdas involuntárias de urina ou fezes e alterações na função sexual, como a sensação de maior flacidez vaginal.
Por isso, exercitar esta musculatura é essencial para a saúde íntima e para o bem-estar da mulher em todas as fases da vida.

Na gravidez, o períneo passa por várias alterações devido ao peso crescente do bebé e às mudanças hormonais do corpo. Estas transformações podem provocar inchaço, enfraquecimento e alongamento da musculatura, o que pode influenciar tanto a função como a sensibilidade desta zona.
Inchaço: É comum o períneo ficar inchado durante a gravidez, sobretudo no terceiro trimestre, devido ao aumento da pressão abdominal e a maior acumulação de líquidos nesta região.
Enfraquecimento e Alongamento: Com o peso do útero em crescimento e as alterações hormonais, os músculos do períneo podem enfraquecer e alongar-se. Esta fragilidade é conhecida como disfunção do pavimento pélvico.
Pressão e Sobrecarga: O períneo suporta o peso do bebé, da placenta e do líquido amniótico, o que provoca uma carga adicional e pode gerar tensão e desconforto.
Alterações Hormonais: A ação de hormonas como a relaxina, que tornam os tecidos mais elásticos para preparar o corpo para o parto, também afeta o períneo, tornando-o mais suscetível a alongamento ou lesões.
Durante o Parto: No parto vaginal, o períneo precisa de se esticar para permitir a passagem do bebé. Esse estiramento pode causar lacerações de diferentes graus, consoante a elasticidade dos tecidos e o tamanho do bebé.
Exercitadores Pélvicos na Gravidez: Porque são importantes
1. Reduzem o risco de Incontinência Urinária
Durante a gestação, o peso do bebé e as alterações hormonais podem fragilizar os músculos do pavimento pélvico, favorecendo pequenas perdas de urina. A prática regular de exercícios específicos, como os de Kegel, ajuda a fortalecer esta musculatura e a prevenir este tipo de situações.
2. Promovem maior conforto físico
Ao reforçar os músculos que dão suporte à bexiga, ao útero e ao reto, estes exercícios contribuem para diminuir a sensação de pressão pélvica e aliviar desconfortos como dores lombares.
3. Preparação para o Parto Vaginal
Um pavimento pélvico tonificado é mais elástico e resistente, o que pode facilitar a progressão do trabalho de parto, reduzir a intensidade das dores e diminuir a probabilidade de lacerações.
4. Facilitam a recuperação no Pós-Parto
A boa condição muscular adquirida durante a gravidez favorece o regresso à tonicidade natural após o nascimento e reduz o risco de complicações como prolapsos ou incontinência.
No pós-parto, o períneo pode ficar mais frágil devido ao esforço realizado durante a gravidez e o nascimento do bebé. É comum surgirem alterações nesta região, que podem variar consoante o tipo de parto, a elasticidade dos tecidos e os cuidados adotados.
Sensação de Flacidez ou Enfraquecimento Muscular
Após a gestação e o parto, é frequente o períneo perder parte da sua tonicidade. Isto acontece porque os músculos do pavimento pélvico ficam mais alongados e frágeis, o que pode originar sensação de menor firmeza vaginal, alterações na função sexual e até dificuldade em conter urina, fezes ou gases.
Dor ou Desconforto
Algumas mulheres podem sentir dor pélvica, desconforto ao sentar ou dor nas relações sexuais (dispareunia). Estes sintomas tendem a melhorar com o tempo, mas podem exigir fisioterapia pélvica ou outro acompanhamento especializado.
Incontinência Urinária ou Fecal
Quando os músculos do períneo ficam enfraquecidos, pode surgir incontinência — pequenas perdas de urina ao tossir, espirrar ou rir, e em casos menos frequentes, dificuldade em controlar fezes ou gases.
Prolapso dos Órgãos Pélvicos
Em situações de maior fragilidade, pode ocorrer o deslizamento parcial de órgãos como a bexiga, o útero ou o reto em direção à vagina (prolapso). Embora menos frequente, esta condição requer acompanhamento médico.
Nesta fase, é fundamental investir na recuperação muscular através de exercícios de Exercitadores Pélvicos, que ajudam a restaurar a função, prevenir incontinência e melhorar o conforto nas relações sexuais.
Associa cuidados de higiene suaves, hidratação da zona íntima e, sempre que necessário, acompanhamento com um profissional de saúde especializado em reabilitação pélvica.
O pós-parto é uma fase de grandes mudanças. Lembra-te: cada corpo recupera ao seu ritmo. Com acompanhamento adequado e cuidados simples, é possível recuperar a força, a confiança e o bem-estar.
A menopausa traz consigo várias transformações no corpo da mulher, e o períneo não é exceção. A diminuição dos níveis de estrogénio torna os tecidos mais frágeis e menos elásticos, o que pode afetar a força muscular, favorecer a secura vaginal e aumentar o risco de infeções urinárias ou prolapsos.
Fraqueza Muscular: perda de tonicidade que pode levar a pequenas perdas de urina.
Alterações na Mucosa Vaginal: ressecamento, menor elasticidade e sensação de desconforto.
Prolapso dos Órgãos Pélvicos: descida da bexiga, útero ou reto devido à fragilidade dos músculos.
Alterações na Vida Sexual: dor ou desconforto durante as relações sexuais.
A fisioterapia pélvica, exercícios específicos e hábitos saudáveis podem ajudar a fortalecer essa região e prevenir ou tratar problemas relacionados. Sabe mais aqui sobre a menopausa.
Sinais de alerta no Bem-Estar Íntimo Feminino

Infeções Urinárias

Vaginose Bacteriana

Candidíase Vaginal
Infeções Urinárias
As infeções urinárias são muito comuns e podem afetar as mulheres ao longo da sua vida. Ardor e vontade frequente de urinar e desconforto pélvico são alguns dos sintomas mais típicos.
Apesar de frequentes, não devem ser ignoradas: quando não tratadas, podem evoluir e causar complicações.
A boa notícia é que existem formas eficazes de prevenção e tratamento, desde hábitos diários a acompanhamento médico.

Vaginose Bacteriana
A vaginose bacteriana é uma das alterações mais comuns na flora íntima da mulher, caracterizando-se por sintomas como corrimento acinzentado, odor desagradável e, por vezes, desconforto vaginal.
Apesar de não ser considerada uma infeção sexualmente transmissível, pode causar impacto no bem-estar e aumentar o risco de outras complicações se não for tratada.



Candidíase Vaginal
A candidíase vaginal é uma infeção íntima muito comum, causada pelo crescimento excessivo de um fungo já presente no organismo.
Os sintomas mais frequentes incluem prurido, ardor, corrimento espesso e desconforto, inclusive nas relações sexuais.
Contudo nem sempre prurido ou corrimento são sintomas de candidíase, e por isso em caso de persistência dos sintomas deves procurar acompanhamento médico.

Perguntas Frequentes
O pH natural da zona íntima situa-se entre 3,8 e 4,5, sendo ligeiramente ácido. Este ambiente ajuda a prevenir infeções e mantém a flora vaginal equilibrada. Por isso, é importante escolher produtos específicos com pH adequado.
O pH pode oscilar com o ciclo, alterações hormonais (pós-parto/menopausa), menstruação, contacto com sémen, antibióticos e stress. Para o reequilibrar, mantém uma rotina suave e consistente, privilegia tecidos respiráveis e seca bem a zona; em fases de secura, um hidratante íntimo e probióticos podem ajudar a microbiota. Se o odor intenso, a comichão ou um corrimento diferente persistirem, fala com o teu profissional de saúde.
O sabão azul e branco não é indicado para a zona íntima, pois tem um pH mais alcalino que pode causar irritações. Prefere sempre um gel íntimo formulado para proteger o equilíbrio natural da tua pele íntima.
Os duches vaginais não são recomendadas para uso regular. Podem eliminar bactérias protetoras, alterar o pH natural e aumentar o risco de Candidíase vaginal e Vaginose bacteriana. O ideal é lavar apenas a zona externa com produtos adequados.
Sim! Fazer uma lavagem íntima suave após as relações sexuais pode ajudar a prevenir desconforto e o risco de possíveis infeções. Usa água morna e um gel íntimo adequado, evitando lavagens em excesso ou duchas vaginais que podem desequilibrar o pH natural da tua zona íntima.
A tua saúde íntima merece sempre atenção. Se notares alterações como corrimento com mau cheiro ou cor invulgar, ardor, comichão persistente ou desconforto fora do comum, estes podem ser sinais de uma infeção ou outro problema. Nestes casos, o mais importante é procurares uma consulta com o teu ginecologista, pois ele é a pessoa certa para te ajudar.