Colaboração: Dr. Joaquim Neves, Médico Ginecologista
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As alterações hormonais na menopausa provocam flacidez muscular em todo o corpo e a zona pélvica não é exceção.
É isso que explica que seja comum uma alteração de hábitos no que respeita à frequência com que as mulheres precisam urinar.
Pode também acontecer haver situações de perda do controlo da urina, mesmo que apenas algumas gotas. O quadro de incontinência pode ter várias manifestações:
• Incontinência de urgência – decorre de uma vontade súbita em que acontece perda de urina (situação mais associada à perimenopausa)
• Incontinência de esforço – acontece no decorrer de pequenos esforços, como exercício físico, rir, tossir e espirrar por exemplo (situação mais associada à menopausa)
• Incontinência mista – quando envolve ambas as situações
Também no quadro da menopausa, as infeções urinárias podem acontecer de forma mais frequente.
As perdas urinárias, mesmo que ligeiras, não devem ser consideradas como algo normal ou a ser ignorado. Sempre que ocorrem, é recomendado procurar aconselhamento médico e obter um diagnóstico e plano de ação adequado à condição de cada mulher.
A incontinência tem tratamento?
Sim, a incontinência tem tratamento e existem várias opções disponíveis.
• Incontinência de esforço
Para este tipo de incontinência, em que ocorrem perdas de urina ao fazer esforços, é importante fortalecer os músculos que sustentam a zona pélvica. A fisioterapia pélvica, os exercícios de Kegel, o uso de laser e radiofrequência específicos podem ser úteis para atenuar e até resolver incontinências leves a moderadas.
• Prolapso
Se a bexiga tiver descido consideravelmente, o que designa por prolapso, pode ser necessário recorrer à cirurgia para restaurar a capacidade de retenção da bexiga.
• Exercícios de Kegel
Estes são exercícios específicos para fortalecer os músculos do pavimento pélvico, forma como é designada a musculatura que sustém os órgãos internos: bexiga, útero e intestinos.
Os exercícios de Kegel envolvem a contração e relaxamento dos músculos dessa região e são essenciais para prevenir a incontinência urinária e anal.
São recomendados por profissionais como fisiatras e fisioterapeutas como parte de programas de reeducação do pavimento pélvico. Na menopausa, a tendência para ter infeções urinárias pode aumentar devido a mudanças como a diminuição do canal da uretra e alterações na flora vaginal.
Conselhos para prevenir infeções urinárias
• Suplementos alimentares
Alimentos como o arando vermelho podem ser benéficos para a saúde urinária. Além disso, os probióticos também podem ajudar a manter um equilíbrio saudável da flora vaginal.
• Higiene
Utilizar produtos de higiene íntima específicos e fazer a higiene com movimentos da frente para trás pode ajudar a reduzir o risco de infeções.
• Higiene após as relações sexuais
Realizar uma higiene adicional após as relações sexuais pode ajudar a evitar a entrada de bactérias indesejadas.
• Roupa interior transpirável
Usar roupa interior feita de materiais transpiráveis, como algodão, ajuda a manter a zona íntima seca e arejada.
Evitar roupas apertadas e roupa interior de noite:
Roupas justas e roupa interior durante a noite podem restringir a ventilação da zona íntima, aumentando o risco de infeções.
• Troca regular de produtos menstruais
Trocar regularmente os produtos menstruais, como copos menstruais, tampões e pensos higiénicos, ajuda a manter a higiene.
• Urinar regularmente
Urinar sempre que sentir vontade, sem adiar, pode ajudar a eliminar bactérias e evitar a acumulação de urina na bexiga.